Por
absoluta falta de tempo não consegui fazer comentários exclusivos para A
Qualquer Custo, Moonlight: Sob a Luz do Luar, Lion: Uma Jornada Para Casa e Até
o Último Homem. Faço, então, um curto apanhado sobre esses quatro filmes
maravilhosos. Cada um com seu estilo e força.
A
Qualquer Custo foi a grande surpresa da seleção dos nove finalistas a Melhor
Filme. Não esperava que esse western moderno fosse tão impactante. O diretor
David Mackenzie não dá um minuto de trégua na saga insana dos irmãos Toby
(Chris Pine) e Tanner (Ben Foster) em seus assaltos a bancos em pequenas cidades do Texas. Caçados pelo
delegado Marcus Hamilton (Jeff Bridges, indicado ao Oscar de Melhor Ator
Coadjuvante) e seu assistente, Alberto (Gil Birmingham), os manos vão aos
poucos mostrando que são bem mais do que apenas criminosos e têm como objetivo
algo que poderia transformá-los em verdadeiros Robin Hoods modernos. Roteiro
genial (indicado na categoria Melhor Roteiro Original), fotografia emblemática e
um quarteto de atores brilhantes, A Qualquer Custo é um soco no estômago.
Imperdível!
Moonlight:
Sob a Luz do Luar tem mais cara de filme de Spirit Awards do que dos prêmios da
Academia. E foi indicado merecidamente a oito Oscar, entre eles Melhor Filme,
Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Naomi Harris), Melhor Roteiro
Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali), com grandes chances de
levar os dois últimos e, quem sabe, até o prêmio principal. É um filme
realmente impactante. Dividido em três capítulos, narra a trajetória do menino
Chiron, quando ainda era chamado de Moleque (Alex R. Hibbert), na adolescência,
Chiron mesmo (Ashton Sander) e, na juventude, como Preto (Trevante Rhodes),
líder de uma rede de tráfico de drogas. Chiron cresce sofreno bullying por ser
negro, pobre e gay, mas sua saga é narrada sem chorumelas e a emoção sempre
bate mais forte quando a espetacular Naomi Harris está em cena, como a mãe do
protagonista. Ela sim deveria ser eleita a Melhor Atriz Coadjuvante, mas vai perder
para Viola Davis, que nem ao menos é coadjuvante. Injustiças do Oscar. Se você
ainda não assistiu a essa instigante experiência cinematográfica chamada
Moonlight: Sob a Luz do Luar, não perca mais tempo. Corre para o cinema.
Lion:
Uma Jornada Para Casa foi feito para chorar. Cada mínimo detalhe do roteiro de
Luke Davis (indicado ao Oscar) induz a isso, assim como a linda trilha sonora
de Dustin O'Halloran e Hauschka (também nominada ao Oscar) e as atuações
absolutamente sublimes de Nicole Kidman e da dupla Sunny Pawar e Dev Patell
(como o protagonista Saroo criança e adulto). Mas e daí? Chora mesmo. Eu
solucei. Talvez pelo fato de ter relacionado à história de Saroo com a do meu
filho, Arthur, eu tenha me sensibilizado mais com o longa-metragem de Garth
Davis (ambos indicados ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor). De toda
forma, Lion: Uma Jornada Para Casa arrebata o coração do público na hora de
contar a trajetória real de Saroo, um menino indiano de 5 anos, que se perde do
irmão mais velho e vai parar a milhares de quilômetros longe de casa. Saroo
enfenta muitas provações até ser adotado por um casal da Austrália, vivido por
Nicole e David Wenham. Vinte e cinco anos depois, ele sai em uma jornada em
busca de sua família. Lindo é pouco!
Até
o Último Homem é outra história real, de Desmond T. Doss (Andrew Garfield), o
primeiro objetor de consciência (alguém, que, mesmo alistado no serviço
militar, se recusa a tocar numa arma, passando a trabalhar com o grupo de
resgate médico) da história dos EUA a receber a Medalha de Honra do Congresso.
Doss serviu na Segunda Guerra Mundial, durante a Batalha de Okinawa e salvou
dezenas de vidas sem precisar disparar uma bala. Eu estava com o pé atrás em
relação a esse novo filme dirigido por Mel Gibson, mas tudo se dissipou logo no
início da projeção. Gosto muito mais da primeira parte, antes da ida de Doss
para o campo de batalha, mas não dá para negar que Gibson criou as sequências de
batalha mais impressionantes que eu já vi no cinema. Indicado a seis Oscars, incluindo
Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator (Andrew Garfield, realmente
maravilhoso), Até o Último Homem não deve levar nenhum. Destaque também para as
atuações de Rachel Griffiths e Hugo Weaving, como os pais do protagonista, e ignorados pela Academia.
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