Entre os filmes
indicados ao Oscar, que eu vi até agora, Manchester à Beira-Mar, é sem dúvida o
mais triste. E o mais “seco” também. Culpa do protagonista, Ben Chandler, vivido
por Casey Affleck. Mas essa frieza é proposital, uma opção do ótimo diretor Kenneth
Lonergan para não fazer a sua história degringolar para um dramalhão. Ben
parece viver em um mundo à parte, apático, com um jeito aparentemente tranquilo,
mas que, na verdade, esconde um destempero que, muitas vezes, culmina para a
violência. Desespero esse causado por uma tragédia familiar.
E um novo drama, a
prematura morte de seu irmão mais velho, Joe (Kyle Chandler), obriga Ben a retornar
para sua terra natal e descobrir que terá de ser o tutor seu sobrinho, Patrick
(Lucas Hedges). Ben tem que lidar com os fantasmas de seu
passado e com essa dor que o persegue e que ele tanto esconde e tenta sufocar.
O
filme transcorre em tempos distintos, para ajudar o público a entender como Ben
se tornou quem ele é hoje. Ben realmente é realmente um papel sob medida para Casey
Affleck, só que ele não difere muito de todas as outras interpretações do ator.
Se ele levar o Oscar de Melhor Ator não será justo, principalmente, tendo como
competidores ao prêmio desempenhos impecáveis de Denzel Washington e Viggo
Mortensen.
O jovem Lucas Hedges também teve sua merecida indicação como
coadjuvante, assim como Michelle Williams (como Randi, ex-esposa do protagonista), que, mesmo aparecendo pouco, tem as
melhores cenas do filme, aquelas em que o diretor deixou a emoção falar mais
alto. Manchester à Beira-Mar é um filme cinzento, triste, mas muito bonito. Vale
conferir!
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