CURTI
Haja Coração não é um remake de Sassaricando. Segundo seu
autor, Daniel Ortiz, sua novela é uma adaptação da obra original de Silvio de
Abreu. Só que o primeiro capítulo guardou muito do espírito da trama de 1987.
Apesar do bom aproveitamento de recursos modernos, como Apolo (Malvino Salvador) pedir Tancinha
(Mariana Ximenes) em casamento pela câmera do celular; Fedora (Táta Werneck), literalmente, parando o trânsito para conseguir
mais seguidores e curtidas em sua rede social, e a referencia ao Big Brother
Brasil, a estreita de Haja Coração parecia reprise de uma novela antiga.
Tudo foi excessivamente explicadinho para que o público
assumi,asse bem quem era quem. Várias cenas afirmaram e reafirmaram que
Giovanni (Jayme Matarazzo) foi preso por um crime que não cometeu, que Aparício
(Alexandre Borges) era um banana e Teodora (Grace Gianoukas), uma milionária
arrogante e sem coração.
Felizmente Daniel tem um texto muito bom, o diretor artístico Fred
Mayrink caprichou em cenas ágeis e divertidas e o elenco se entregou de corpo e
alma. Mariana Ximenes já encontrou o tom da sua Tancinha e a fez diferente da versão de Claudia Raia, mas igualmente divertida. Malvino Salvador, Ellen Rocche e Tatá Werneck interpretaram eles mesmos (como sempre), mas isso nem que dizer que tenha sido ruim. Apenas repetitivo.
Destaques também para Grace Gianoukas e Marisa Orth (Francesca) e Chandelly Braz (Carmela). Já Agatha Moreira parece estar fazendo uma versão mais hardcore da Giovanna, de Verdades Secretas (2015), Cleo Pires (Tamara) mal apareceu e Gabriel Godoy ainda não convenceu como o misterioso Leozinho.
De lamentável mesmo só a ridícula invasão de Tancinha na festa de aniversário de Fedora. Uma sequência desnecessária, sem sentido e pior: sem graça! No segundo capítulo, permaneceu o ritmo ágil e a insistência no didatismo, na apresentação de seus personagens. Mas é só o começo da trajetória de Haja Coração. Vamos acompanhar!
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