domingo, 18 de setembro de 2016

As Empreguetes estão de volta. Cheias de Charme retorna à tela da Globo



"Levo vida de empreguete
Só pego às sete!
Fim de semana, salto alto
e ver no que vai dar!
Um dia compro apartamento
e viro socialite

Toda boa, vou com meu ficante viajar!"

Que alegria, gente! As "curica" estão de volta. Penha (Taís Araújo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond), protagonistas de uma de minhas novelas preferidas, retornam à telinha no Vale a Pena Ver de Novo, a partir de amanhã (segunda 19). De Até a sexta 23, Cheias de Charme será exibida antes das emoções finais de Anjo Mau e, excepcionalmente, a Sessão da Tarde não será apresentada. Mas, a partir do dia 26, a novela passa a ocupar integralmente a faixa. 
Estreia de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira como autores titulares da Globo, Cheias de Charme foi um grande sucesso do horário das 19 horas, quando foi exibida entre 16 de abril a 28 de setembro de 2012, em 143 capítulos. Com direção de núcleo de Denise Saraceni e geral de Carlos Araújo, a trama é um conto de fadas sobre sorte, talento, show business e, principalmente, amizade. 
As Cinderelas da vez são Maria da Penha (Taís Araújo), Maria do Rosário (Leandra Leal) e Maria Aparecida (Isabelle Drummond), empregadas domésticas que se conhecem na prisão depois de uma noite cheia de contratempos. Penha denuncia a patroa por agressão; Rosário é detida ao invadir o camarim do cantor Fabian (Ricardo Tozzi); e Cida se envolve em uma briga após flagrar o namorado, Rodinei (Jayme Matarazzo), aos beijos com Brunessa (Chandelly Braz).
Do caos nasce uma grande cumplicidade, mostrando que na vida, assim como na música, a harmonia é fundamental. A pedra no sapato dessas heroínas é Chayene (Cláudia Abreu), a rainha do eletroforró. A cantora amarga uma má fase na carreira e tenta se reerguer às custas do cantor Fabian, sucesso do ritmo sertanejo universitário. As três domésticas vão para a delegacia e acabam sendo presas por desacato à autoridade. Atrás das grades, lembram o dia ruim que tiveram e Rosário sugere que todas façam um pacto para somar forças e melhorar de vida: “Dia de empreguete, véspera de madame”, anuncia.


A nada mole vida de Penha

Maria da Penha mora no Borralho, bairro fictício do Rio de Janeiro, com seu marido Sandro (Marcos Palmeira), o filho Patrick (MC Nicollas) e os irmãos Alana (Sylvia Nazareth) e Elano (Humberto Carrão), que ela criou quando seus pais desapareceram. Sandro era pedreiro, até sofrer um acidente de trabalho que virou desculpa para não fazer mais nada. Ele dá muita dor de cabeça para a mulher, e o casamento vive em crise. Penha é cozinheira de mão-cheia, honesta e caprichosa, que construiu a casa onde mora e nunca deixou faltar nada para o filho e os irmãos.
No serviço, porém, não tem paz. Trabalha na casa de Chayene, uma patroa que não economiza nos insultos. A piauiense é a rainha do eletroforró, conhecida por seu jeito extravagante de se vestir e de falar. O último ataque de Chay – jogou sopa na cara de Penha – rendeu processo jurídico. A doméstica ligou para o programa de rádio Bom Dia, D. Maria e contou, ao vivo, o que sua patroa havia lhe aprontado. Foi um bafafá, que virou notícia em todos os jornais. O assunto foi parar na justiça. De um lado Chayene, protegida por Dra. Lygia (Malu Galli), advogada de um dos melhores escritórios de advocacia da cidade. De outro, Elano, advogado recém-formado e irmão de Penha. Depois de muitas brigas, Chayene se surpreende com a decisão da juíza: Jociléia Imbuzeiro Migon, vulgo Chayene, é condenada a pagar 20 salários mínimos a Penha pelos danos sofridos. E ainda é condenada a seis horas de prestação de serviços à comunidade do Borralho, em atividade ligada à limpeza e a saneamento.


Troco meu avental por um microfone – Rosário



Maria do Rosário passou parte da infância num orfanato. Aos 10 anos, o garçom Sidney Monteiro (Daniel Dantas) a adotou e deu a ela todo amor, educação e apoio que só um pai poderia oferecer a uma criança. A moradora do Borralho é especialista em pratos saudáveis e sofisticados. Seu tempero faz sucesso entre artistas e pessoas da alta sociedade. Mas os sonhos de Rosário vão além das panelas e receitas. Tudo o que ela mais quer é ser cantora profissional e levar as canções que compõe ao sucesso. Para tudo ficar perfeito, ela gostaria de fazer um dueto com Fabian, seu ídolo, sucesso do ritmo sertanejo universitário. Rosário é “fabianática”, com direito a santuário de imagens do artista e uma coleção de CDs.
Depois do escândalo no camarim do rapaz, que a levou à cadeia e a fez conhecer Penha e Cida, Rosário tem a certeza de que descobriu como se aproximar de Fabian. Chayene, a ex-patroa de Penha e madrinha musical do cantor, está sem empregada, e Rosário se candidata à vaga. No dia em que decide largar o trabalho no bufê, Rosário conhece Inácio (Ricardo Tozzi), um sósia de Fabian. Os olhos são diferentes, assim como a cor dos cabelos, o jeito de se vestir e de se comportar. Mas a fisionomia é idêntica. Um fica encantado com o outro. Rosário é aprovada por Chayene e ganha o emprego. As primeiras impressões da cozinheira não são boas: acha Laércio esnobe e a nova patroa, como bem avisou Penha, um nojo. Mas qualquer sacrifício é válido para entrar no mundo das estrelas.


Dando adeus à abóbora – Cida



Maria Aparecida é a gata borralheira da história. Sua mãe, copeira na casa dos Sarmentos, morreu quando ela ainda era uma pré-adolescente. A família do patrão, Ernani Sarmento (Tato Gabus Mendes), disse que cuidaria dela, mas foi a madrinha, Dona Valda (Dhu Moraes), cozinheira da casa, quem ficou com a guarda da menina. Cida, como prefere ser chamada, cresceu junto com as filhas de Sarmento – Ariela (Simone Gutierrez), a mais velha, e Isadora (Giselle Batista) –, mas herdou a função da mãe: arrumadeira da casa. Seus estudos eram pagos pela família, mas, quando completou 18 anos, teve a carteira assinada e se tornou oficialmente uma trabalhadora doméstica. Cida sonha ser jornalista e passa as noites relatando num diário seus dias, dramas e fantasias.
A jovem sofre uma decepção amorosa ao flagrar o namorado, Rodinei, aos beijos com Brunessa. Para se vingar, agarra o primeiro rapaz que vê, Elano, irmão de Penha, que se apaixona instantaneamente por ela. A noite termina em confusão, e ela é levada para a delegacia. A jovem fica ainda mais confusa quando começa a ser paquerada por Conrado (Jonatas Faro), filho do milionário Otto Werneck (Leopoldo Pacheco). O rapaz pensa que Cida faz parte da família Sarmento e tenta conquistá-la de olho na suposta fortuna dela. Cida resolve dizer que é filha de criação do Dr. Ernani Sarmento e apresenta o rapaz à família. Só que Isadora, que também está de olho no rapaz, manda para Conrado e todos os seus amigos uma mensagem com uma foto de Cida usando o uniforme de empregada. Será que o namoro sobreviverá à revelação de que Cida é empregada da casa?

A rainha do eletroforró – Chayene




No tapete vermelho dessa história reina absoluta a rainha do eletroforró, Chayene. De índole duvidosa, completamente amoral e sem noção do mundo que a cerca, a cantora tem como braço-direito o secretário Laércio (Luiz Henrique Nogueira), que é também seu maior fã. Foi Laércio quem descobriu Chayene para o estrelato. Chayene se separou de Laércio quando começou a colher os frutos da fama que, curiosamente, ele ajudou a construir. Louco por ela, o rapaz mantêm-se ao seu lado, zelando para que todos os detalhes da vida da estrela sejam perfeitos. Ela se autointitula “brabuleta-mor”; carinhosamente chama Fabian, cantor lançado por ela, de “frango”; e suas domésticas são “curicas”. Os contratos de shows são fechados por Tom Bastos (Bruno Mazzeo), a raposa do meio artístico, também empresário de Fabian.
Depois que insulta Penha e é colocada na justiça, Chayene vê sua carreira entrar em decadência. O maior público da cantora é justamente da categoria profissional das empregadas. E, para se livrar do limbo musical que a ameaça, ela cobra um favor a Fabian, o príncipe das domésticas. O cantor não se mostra disposto a ajudar. Apesar de ser um pedido de sua madrinha musical, ele tem medo de associar sua imagem à decadência de Chayene. Entretanto, a diva guarda um trunfo. Fabian tem um segredinho que só a sua irmã Simone (Marília Martins) e Chayene sabem. Ela ameaça “colocar a boca no mundo”, caso ele se negue a ajudar. Sem saída, Fabian aceita e os dois engatam um namoro falso para alavancar a carreira da cantora.


O Príncipe das domésticas e o sósia – Fabian e Inácio



Fabian é lindo e carismático. Autor de músicas “chiclete”, ele também tem uma presença de palco esfuziante. Nenhuma mulher resiste aos encantos do príncipe das domésticas, seu maior público. Sempre ao lado do cantor está Simone, irmã mais velha e fiel escudeira para assuntos familiares, profissionais e amorosos. É ela quem cuida de sua carreira, ao lado do empresário Tom Bastos. O fã-clube do artista é liderado pelas “fabianáticas”, jovens capazes de, literalmente, qualquer coisa para se aproximar do ídolo. É claro que a vaidade de Fabian faz dele mesmo seu maior admirador. Todo esse sucesso ele deve, primeiramente, à Chayene, sua madrinha musical.
Saem os cabelos superpenteados de Fabian, entram as madeixas bagunçadas de Inácio, sósia do cantor. Os olhos têm cor diferente, as roupas também, mas fora isso, eles são idênticos. O frisson que causa no sexo feminino por se parecer com o cantor o deixa bastante chateado. Ele não gosta de ser comparado! E isso fica bem claro quando engata um romance com Rosário. Os dois se conhecem no bufê do seu Malaquias (Claudio Tovar), onde Inácio tenta a vaga de motorista e ela trabalha como cozinheira.


“Dia de empreguete, véspera de madame”




Reunidas na casa de Chayene, nossas três mocinhas trocam confidências, se dão conselhos e o que era só lamento se transforma numa verdadeira farra. Curiosas, dão uma espiada no closet de Chayene. Cida experimenta uns óculos, Penha uma bijuteria, Rosáro um vestido e começam a fazer um desfile. Exaustas, adormecem entre as plumas e paetês da cantora. Rosário desperta com um sonho, pega o violão de Chayene e começa a compor enlouquecidamente. É a melodia que vai trilhar o sucesso das três. Empolgada, acorda as meninas e conta seu plano. Sem nada a perder, Penha e Cida topam na hora. Elas têm apenas um dia para colocá-lo em prática.
Enquanto Chayene comanda a massa em Salvador, na sua casa no Rio o circo é armado. Cida separa o figurino, Rosário esmerilha a composição. Rola um ensaio pra aprender a música. Elano, irmão de Penha, convoca Kleiton (Flávio Nepo), que é produtor musical caseiro. Levam algumas horas no estúdio da cantora, até que ficam satisfeitos. “Senhoras e senhores, com Rosário nos vocais e Cida e Penha no backing vocal, está pronta a canção que vai mudar o destino das nossas heroínas.”
A segunda parte do plano é gravar o clipe tendo a casa da rainha do forró como locação. Com a filmadora emprestada, Kleiton assume a direção. As três Marias se revezam nos papéis de empregadas e patroas, numa caricatura hilária das situações que costumam viver. Estão produzidas, lindas, charmosas. Quando estão finalizando, Laércio telefona para casa e acaba com a festa, diz para Rosário que estão voltando naquele dia. As meninas interrompem a filmagem para uma força-tarefa de deixar tudo em ordem.
Kleiton corre para o estúdio no Borralho, está animado com o material que tem nas mãos. O produtor é fera nessa função e conseguiu um resultado bem razoável com as imagens. Rosário, Penha e Cida se reúnem para assistir e mal podem acreditar no que veem: na tela, parecem cantoras de verdade... para os padrões delas, é claro. Rosário se empolga e quer colocar na internet, mas Elano alerta que pode ser perigoso, afinal usaram a casa, estúdio e roupas de Chayene para fazer o clipe. O que pode trazer complicações legais. A frustração é geral. Tanto trabalho para não poder mostrar a ninguém?
As meninas seguem seu rumo. O que elas nem imaginam é que o clipe vai sim parar na internet, mudando radicalmente as suas vidas e a de todos que as cercam. Saem espanadores, vassouras, panelas, receitas e patroas. Entram acordes, figurinos de estrela, aplausos e muito brilho!

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