segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Obra-prima absoluta, Pai Herói é a nova estreia do Viva!




Janete Clair


Semana passada eu ganhei o DVD de Pai Herói. Fui à nuvens! Além de ser uma de minhas novelas favoritas, a trama de Janete Clair me marcou muito porque foi nela que me apaixonei perdidamente por Elizabeth Savalla, na pele da bailarina Carina. Apesar de também ser fã de Glória Menezes e de sua atuação genial como a despachada Ana Preta, torci muito para Karina ficar com o protagonista André (Tony Ramos). Já mergulhei nos discos do DVD, o que me trouxe muitas recordações lindas. Mas, mesmo já revendo a novela, nada vai me impedir de sentar em frente à TV logo mais, às 23h30, para a estreia de Pai Herói, no canal Viva. É um momento emblemático para a emissora, por exibir pela primeira vez uma produção da mestra Janete Clair. 
Maga das Oito, Nossa Senhora das Oito, Usineira de Sonhos. Foram muitos os codinomes que Janete recebeu devido ao sucesso estrondoso de suas obras. Um estilo arrebatador, com histórias envolventes e baseadas na realidade dos brasileiros, que consolidou a carreira da escritora, considerada um dos nomes mais representativos da teledramaturgia do país. A cada novela, a mineira conquistava mais o telespectador e a audiência batia recordes. Em 1979, foi a vez de Pai Herói ocupar o horário nobre da Globo. Protagonizada por Tony Ramos, a novela virou um fenômeno nacional e dominou as TVs pelo Brasil.
A trama central é a busca de André Cajarana (Tony Ramos) pelas verdades do passado de seu falecido pai, Malta Cajarana. Da fictícia Paço Alegre, em Minas Gerais, a Nilópolis, no Rio de Janeiro, a sede de vingança move o protagonista, que só tem uma missão: inocentar e honrar o nome de seu pai. Ao longo da produção, ele divide-se entre o amor de duas mulheres distintas: Carina (Elizabeth Savalla) e Ana Preta (Glória Menezes), personagens icônicas na trajetória profissional das atrizes. Enquanto a primeira é dançarina de balé, a outra é dona de uma casa de samba. Essa é apenas uma das diferenças que formam as personalidades das duas e que encantam André.
O caminho de André também é cruzado pelas armações do padrasto Bruno Baldaracci, interpretado por Paulo Autran, que estreava em novelas. Carlos Zara também vive um antagonista na trama: o inescrupuloso César Reis, seu primeiro personagem na emissora. A novela marca ainda as estreias de Jorge Fernando e Regina Dourado.
Beatriz Segall, Carlos Kroeber, Cláudio Cavalcanti, Dionísio Azevedo, Elza Gomes, Emiliano Queiroz, Fernando Eiras, Flávio Migliaccio, Ivan Cândido, Jonas Bloch, Lélia Abramo, Lima Duarte, Lajar Muzuris, Maria Fernanda, Maria Helena Velasco, Manfredo Colasanti, Monah Delacy, Nádia Lippi, Nildo Parente, Osmar Prado, Paulo Gonçalves, Reinaldo Gonzaga, Rosamaria Murtinho, Suzana Faini, Thaís de Andrade e Yara Lins completam o elenco. A história traz, ainda, temas como: esquizofrenia, exploração da fé, celibato e amores conturbados.
A canção Pai, na voz de Fábio Jr., é trilha de abertura da novela e se consagrou como hit na época. Mas toda a trilha sonora é espetacular, mas canção que mais me marcou foi a francesa Alouette, interpretada por Denise Emmer, filha de Janete Clair e Dias Gomes, que era tema de Carina e André. Maravilhosa! Pai Herói tem direção de Walter Avancini, Roberto Talma e Gonzaga Blota. Vai ao ar no Viva, de segunda a sábado, às 23h30, com horário alternativo: segunda a sábado, às 13h30.


Hamlet nacional



Pai Herói marcou, não só a teledramaturgia brasileira com seus altos índices de audiência, como a carreira de Tony Ramos. O mocinho André Cajarana é um dos principais personagens do ator, que completa 52 anos de carreira em 2016. Criado pelo avô paterno (Lima Duarte) na cidade de Paço Alegre, em Minas Gerais, André cresce com a imagem de que seu pai foi um grande homem. Com o falecimento do avô no primeiro capítulo, ele parte para o Rio de Janeiro, em busca da mãe, Gilda (Maria Fernanda), e de esclarecimentos sobre a morte do pai, Malta Cajarana. Seu mundo desmorona quando descobre que, na verdade, ele era taxado como mau caráter, traficante e bicheiro. Entre os crimes de Malta: o assassinato do Frei Nicolau, que se transformou em uma espécie de santo na cidade; o roubo das terras do então amigo Nestor Garcia (Dionísio Azevedo); e a autoria do tiro que deixou Garcia com a saúde debilitada. Mesmo com tantas acusações, André tenta reverter a reputação do pai e provar sua inocência.
O principal suspeito de André é Bruno Baldaracci, casado com sua mãe desde o falecimento de Malta. Baldaracci era braço direito dele e, com sua morte, passou a explorar as propriedades da família Cajarana. Com a chegada de André, o padrasto faz de tudo para afastar ainda mais Gilda do filho.
E não é que André tem razão em suas suspeitas? O assassinato do Frei Nicolau não passa de uma situação forjada por Baldaracci para incriminar e denegrir a imagem de Malta. Todo ano, o verdadeiro mandante do crime preserva esta versão e reforça os milagres do Frei, organizando uma romaria pelas ruas de Nilópolis. A peregrinação também serve para garantir lucros à fábrica de velas do vilão.


Carina x André x Ana Preta


Duas mulheres conturbam a vida e o coração de André Cajarana: Carina e Ana Preta. Em comum, só a atração pelo galã. Já a personalidade e o temperamento são o oposto. Em Pai Herói", Tony Ramos e Elizabeth Savalla repetem a dobradinha de 1977, quando viveram o casal sensação de O Astro, também de Janete Clair.
Carina é uma bailarina de sucesso e faz parte da tradicional família carioca Limeira Brandão. Filha de Norah (Beatriz Segall) e neta da geniosa Januária (Lélia Abramo), ela se casa com o tio César Reis (Carlos Zara). Desonesto, ele tem apenas interesse em sua fortuna e nas empresas do Grupo Econômico Limeira Brandão. Para não perder Carina, chega a assumir a paternidade de uma filha que ela mantém em segredo, Ângela (Alexandra Vasconcellos/Isabela Garcia). No decorrer da trama, Carina conhece André e se apaixona pelo rapaz. No entanto, o relacionamento enfrenta altos e baixos diante das barreiras armadas por sua família, pela obsessão de César e pelo principal inimigo de André, Bruno Baldaracci (Paulo Autran). As artimanhas para separar o casal vão desde o sumiço de cartas e telegramas até um atentado contra Carina para incriminar André. As cenas da personagem são embaladas pela canção Alouette.
O personagem de Tony Ramos também se envolve com Ana Preta, filha de Nestor Garcia, apontado como uma das vítimas de seu pai, Malta Cajarana. Apaixonada por André, ela tenta ajudá-lo a desmascarar seus inimigos. No passado, a moradora do subúrbio carioca teve um caso com Baldaracci, que não desiste de reconquistá-la. Os desentendimentos da dupla trazem momentos espirituosos à trama, como quando Ana Preta chama Nuno de "panetone". Jenny (Sônia Regina) é fruto do relacionamento do casal.
A personalidade de Ana Preta pode ser explicada pelos versos de Pode Esperar, na voz de Alcione, e de Passarinho, cantada pela Madrinha do Samba, Beth Carvalho: uma mulher forte, daquelas que não levam desaforo para casa. É dona da gafieira Flor de Lys, que tem Nancy (Regina Dourado), Tarsila (Tessy Callado), Lindaura (Lúcia Helena) e Teodoro (Carlão Elegante) como funcionários. Durante a novela, personalidades da música apresentam-se na casa de samba: Elza Soares, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, entre outros.


O mito Paulo Autran estreia na TV



Veterano no cinema e no teatro, Paulo Autran estreou em novelas diárias com sua talentosa interpretação de Bruno Baldaracci. De cara, as falcatruas do vilão tragicômico causaram a reação contrária do público que, ao invés de odiá-lo, virou fã de suas tramóias. O lado devoto à família é uma de suas qualidades, começando pelas óperas que o italiano gosta de cantar para o pai, Pietro (Manfredo Colasanti). Casado com Gilda, eles moram em uma mansão em Nilópolis com os filhos Romão (Fernando Eiras), Clara (Rejane Marques) e Cirilo (Jorge Fernando). Além disso, Baldaracci também é pai de Jenny (Sônia Regina), fruto de um relacionamento extraconjugal com Ana Preta.


Esquizofrenia



Janete Clair trata a esquizofrenia através de Walkíria, personagem que ficou emblemática pela interpretação de Rosamaria Murtinho. Um dos motivos de seu desequilíbrio emocional é a relação com a mãe, a autoritária Januária (Lélia Abramo), matriarca da família Limeira Brandão. Desde a adolescência ela mantém uma paixão pelo primo, César Reis, que culmina em um noivado de dez anos. Quando ele termina tudo para ficar com a sobrinha Carina, Walkíria se desespera e tem surtos psicóticos. Ao longo da novela, entrega seu amor a Gustavo Gurgel (Cláudio Cavalcanti). Na verdade, o galanteador é um vigarista e se chama Benedito da Conceição. As músicas A Chave do Mundo (estreia de Marina Lima em trilhas) e Mirrors (Sally Oldfield) são destaque nas cenas de Walkíria.


Quem matou? 



Um quarteto amoroso que envolve um padre é um dos destaques na trama de Janete Clair. Aline (Nádia Lippi) é uma jovem enfermeira, voluntária na creche da igreja, comandada pelo padre Romão. Da convivência nasce uma paixão secreta dele pela moça. Em determinada fase da novela, ele se declara para Aline, que lhe pressiona para largar a batina e assumir o amor improvável. Romão fica dividido entre o celibato e a amada. Durante o folhetim, Aline também se encanta pelo irmão do padre, Cirilo (Jorge Fernando) - de quem chega a ficar noiva -, e por Pepo (Osmar Prado). Mas os relacionamentos são interrompidos por armações. Já a última semana de Pai Herói trouxe mais suspense à trama com o assassinato de César Reis. Walkíria, Hilário (Reinaldo Gonzaga), Bruno Baldaracci e Gustavo Gurgel figuram a lista de suspeitos do misterioso Quem Matou?.


2 comentários:

  1. Tem doido que compara as novelas da Janete as da Gloria Perez. Kkkkkkkkkk...As novelas da Gloria sao as coisas mais tenebrosas que ja vi.

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