A fumaça negra demoníaca saiu da ilha de Lost para
levar Adriano (Felipe Cunha) a encontrar a mulher
com quem irá gerar o Anticristo
levar Adriano (Felipe Cunha) a encontrar a mulher
com quem irá gerar o Anticristo
Seven
– Os Sete Crimes Capitais (1995), Lost (2004/2010), O Impossível (2012)...
Foram muitas as referências cinematográfica e televisivas no primeiro capítulo
de Apocalipse, exibido ontem (terça 21), na tela da RecordTV. E, certamente, muitos outros virão no decorrer da novela. Não que esses
filmes e série tenham inventado a pólvora sobre – respectivamente – investigação
de crimes cometidos por um exótico serial killer, misteriosa fumaça negra
acompanhando os personagens e um tsunami devastando um resort. A questão não é a ideia e sim a
forma (tanto estética, quanto de estrutura narrativa) abordada pela novela para
esses temas, que foram bastante similares às produções citadas. Nas redes sociais
muito foi postado que as cenas protagonizadas pelos investigadores Luís Sardes
(Marcelo Argenta) e Guido Fontes (Cleiton Moraes) nem pareciam de novela e sim
de filme. Claro que pareciam, foram clonadas de Seven.
Uri (Phelipe Gomes) sendo arrastado pelas
águas bravias do tsnunami
O
tsunami, muito bem realizado pela equipe efeitos especiais da emissora, foi
copiado take a take do filme O Impossível, exibido pela Globo na noite do
domingo 19. Para piorar não teve relevância nenhuma para a história. Foi apenas
um eficiente chamariz para o público. Achei que a sequência fosse ter alguma influência
demoníaca – além da narração de Sérgio Morone, o Anticristo da terceira fase da
novela – para justificar o desastre natural. Mas não rolou. E tudo ainda foi
muito rápido, gratuíto e sem emoção.
Mesmo
com tamanha falta de originalidade ou inovação, de maneira geral a estreia de Apocalipse
foi boa. Apesar de ainda ser carente de bons diálogos, a autora Vivian de
Oliveira amarra bem sua história e fez um capítulo envolvente e deixou no
espectador a vontade de assistir mais no dia seguinte. O que é um bom sinal.
Ficou provado também que você pode fazer uma boa dramaturgia sem precisar de
estrelas. Os nomes mais conhecidos do elenco, no primeiro capítulo, foram Jussara
Freire, Castrinho, Lucinha Lins e Manuela do Monte. E a grande maioria estava
bem, fossem veteranos ou novatos.
Novela da RecordTV se inspirou em filmes e série,
mas deixou no público um gostinho de quero mais
mas deixou no público um gostinho de quero mais
Produção
técnica caprichada, história envolvente, Apocalipse é uma das novelas mais
caras da emissora, com um investimento de R$ 120 milhões, sendo R$ 800
mil por capítulo (estão previstos 150). Com um elenco de mais de 100 atores não
foi surpresa a dificuldade de ler os nomes dos atores na impactante abertura.
Aliás, vou precisar gravar um capítulo para conseguir ler detalhamento a ordem
dos créditos, já que sou obcecado por aberturas, e muitos deles ficam menos de um segundo disponíveis à apreciação. Apocalipse começou sua saga com boa
audiência: 13 pontos de média das 20h50 às 21h44 (em São Paulo), estrando a festa do
capítulo em que Carinha de Anjo comemorava um ano no ar. A trama do SBT
ficou em terceiro lugar. No Rio, o resultado foi ainda melhor: 16 pontos. A
Globo que se prepare porque Apocalipse vai dar trabalho.
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