segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Curti!: Primeiro capítulo de Êta Mundo Bom!



Eta novela boa! A estreia de Êta Mundo Bom! não poderia ter sido mais saborosa. Teve cheiro de mato, aroma de bolo de fubá e gosto de leite quente, recém tirado das tetas da vaca. Quem passou a infância numa fazenda sabe bem o que estou falando e deve ter curtido de montão esse clima roceiro bão demais. Saído do estonteante sucesso de Verdades Secretas, o autor Walcyr Carrasco volta sua nova trama para um ambiente muito familiar e num horário que ele adora: novela de época (no caso entre os anos 20 e 40) e o universo caipira, já abordado em tramas como O Cravo e a Rosa (2000), Chocolate Com Pimenta (2003) e Alma Gêmea (2005). 
Com um enredo tipicamente folhetinesco, conhecemos o drama de Candinho (Sergio Guizé, perfeito), abandonado recém nascido pela mãe, Anastácia (Nathália Dill, boa participação), criado como um empregado por Cunegundes (Elizabeth Savalla, deliciosamente exagerada) e apaixonado pela vida e por Filomena (Débora Nascimento), filha de seus "pais" adotivos. Candinho é o gato borralheiro da vez e apesar de sua história ser bem triste, o tratamento dado pelo novelista e pela direção do craque Jorge Fernando foi leve, divertido e lúdico. Um acerto completo!
Além dos atributos técnicos impecáveis (cenários, figurinos e fotografia), a trilha sonora foi um show à parte e a abertura é simplesmente a melhor dos últimos tempos, parecendo aqueles filmes bem antigos, dá época da nossa avó. Os personagens foram parcialmente apresentados, mas Marco Nanini (Pancrácio)Ary Fontoura (Quinzinho), Camila Queiroz (Mafalda), Rosi Campos (Eponina), Miguel Rômulo (Quincas), Dhu Moraes (Manoela) e Flávio Migliaccio (Josiais) brilharam. Foi uma delícia também as participações de Natália do Vale (Baronesa de Goytacases), Celso Frateschi (Barão de Goytacases) e Léa Garcia (Parteira de Candinho). 
Para não dizer que tudo foi perfeito, não entendo o motivo de Anastácia, papel de Eliane Giardini, ter sido vivida por Nathália Dill na primeira fase, enquanto Quinzinho, Cunegundes (AMO esse nome) e Eponina já terem sido interpretadas por Ary, Elizabeth e Rosi. Ficou destoante, principalmente, nas cenas com a péssima barriga cenográfica da gravidez de Cunegundes. Mas nada que tenha prejudicado a estreia da nova trama das 6.

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