sábado, 3 de dezembro de 2016

Conheça Zana e Halim: os pilares da minissérie Dois Irmãos




Gravada antes de Totalmente Demais e Velho Chico, Dois Irmãos finalmente vai ao ar nos primeiros dias de 2017. No elenco, tem atores de Justiça, Êta Mundo Bom!, Totalmente Demais e Velho Chico, dando seguimento à onda de falta de renovação no cast da Globo. Inspirada na obra de Milton Hatoum, a minissérie é escrita por Maria Camargo, com direção artística de Luiz Fernando Carvalho, e se passa em três fases. Na Manaus dos anos 1920, Zana (Gabriella Mustafá/ Juliana Paes/ Eliane Giardini) e Halim (Bruno Anacleto/ Antonio Calloni/ Antonio Fagundes) planejavam viver sozinhos e com todo o sobrado da Rua dos Barés somente para os dois. Mas ela tem personalidade forte, e quer formar uma família, ter filhos, diferente do marido que nunca quis ser pai. Muito feliz com a vida de recém-casado, o imigrante libanês passaria o resto da vida ao lado dela.
Só que, em pouco tempo, Zena já é mãe dos gêmeos Omar e Yaqub (Lorenzo Enrico/ Matheus Abreu/ Cauã Reymond). Segundo a nascer, aparentemente frágil, Omar é o preferido de Zana, que acaba se afastando de Yaqub. A disputa pelo amor da mãe é o primeiro ponto de discórdia entre os gêmeos, um ódio que corrói a família. Em negação, entretanto, a mãe repete que eles são idênticos e sonha com a reconciliação. “Zana é uma mãe com todas as faculdades negativas e positivas que uma mãe pode ter. Mãe sente amor, ódio, ternura, carinho, afeto extremo e, ao mesmo tempo, repulsa. Todos esses sentimentos que muitas vezes as mães não admitem sentir, a Zana sente, sabe que sente e tenta lidar com eles da maneira mais corajosa possível”, observa Juliana, que interpreta a personagem na sua fase adulta.

CARACTERIZAÇÃO DETALHISTA
Para alcançar uma unidade entre a aparência das três atrizes, a equipe de caracterização da minissérie, liderada por Rubens Libório, desenvolveu uma rigorosa pesquisa acompanhada de perto pelo olhar de Luiz Fernando Carvalho, que primou pelo realismo, sempre a serviço da marcação da passagem de tempo na trama, que se desenvolve entre as décadas de 1920 e 1980. Eliane, por exemplo, usou próteses de látex e maquiagem especial para mostrar as marcas da idade na beleza da matriarca da família. Também foram utilizados recursos como a cor do cabelo, o penteado que mantém a franja e o arqueado das sobrancelhas. “É incrível quando você atua em sagas que atravessam décadas e divide personagem com outros atores. Você fica tentando se ver nos colegas. Gabriella, Juliana e eu fomos pelo temperamento da Zana”, observa Eliane. 
Ao contrário da esposa, Halim é um comerciante pacato com alma de poeta. Em pouco tempo, Halim se torna dono de um pequeno comércio de secos e molhados. Com bons amigos sempre dispostos a sessões de gamão regadas a doses de arak, ele está feliz. Mas com a chegada dos gêmeos, só tem a lamentar a mudança de Zana. Poucos anos depois, nasce Rânia (Raphaela Miguel/ Letícia Almeida/ Bruna Caram), e com ela mais um problema – a concorrência entre as duas figuras femininas na casa. Só resta a Halim a resignação.
Ao longo dos anos, a caracterização do personagem tem poucas alterações, o que simboliza sua personalidade horizontal. Predominam peças de linho em tons claros, em cortes simples, usadas de maneira despojada por um homem de alma leve sob o calor sufocante de Manaus. “Curioso, porque eu penso no personagem e vejo um único Halim. Não vejo o Bruno, eu ou o Fagundes, mas um só homem”, conta Antonio, o Halim da sua fase madura.
Em desalinho e sem voz diante da família que ele mesmo formou, Halim nunca desenvolve intimidade com os filhos. Ele sente ciúme da dedicação da esposa a Omar e se preocupa com as consequências do desprezo dela por Yaqub. Não tem força, entretanto, para enfrentar Zana.

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