Nada
melhor, para quem é fã mesmo de novela, do que ter um variado cardápio de
gêneros dramatúrgicos a nosso dispor. E quando surgem novidades, então, é a
glória. Deus Salve o Rei estreou no rastro da decepção causada por Belaventura
(2017), na Record TV. Assistir a uma novela medieval era algo que eu ansiava há
muito tempo, mas a fraca trama de Gustavo Reiz foi um tremendo um balde de água
fria. A expectativa ficou para a novela de Daniel Adjafre salvar a pátria e dar
força para que o estilo ganhasse continuidade. E ela até que começou bem.
Apesar da atuação robótica e equivocada de Bruna Marquezine como a vilã
Catarina, Deus Salve o Rei tinha uma produção linda, bons personagens e um
enredo bacana.
A parte técnica sempre foi uma atração a parte. Praticamente sem cenas fora dos estúdios, todas as cenas foram feitas com o auxílio de computação gráfica e o resultado foi não menos do que brilhante. Os figurinos e a caracterização também foram resultado de um trabalho de imenso capricho e só resta deixar muitos aplausos para essa produção impecável. Mas, apesar de tantos predicados a maldição da folhetim de fantasia voltou a atacar e a
novela perdeu o rumo e criou-se uma barriga imensa.
Apenas a heroína de Selena
(Marina Moschen) e a química bárbara de Rodolfo (Johnny Massaro) e Lucrécia
(Tatá Werneck) conseguiram manter o interesse do público. Tatá se firmou com a melhor humorista de sua geração e Johnny comprovou o quanto é versátil e merece o espaço que vem conquistando em sua carreira.
Em plena época de luta pela respeito e espaço para a mulher na vida e no mercado de trabalho, Selena surgiu com todo o empoderamento necessário. Da jovem assistente de culinária, tornou-se uma das melhores alunas da turma de soldados do reino de Montemor e ainda encantou o público ao se revelar uma bruxa. Uma personagem cheia de nuances que Marina desempenhou com graça e talento.
Vale destacar também as participações de Rosamaria Murtinho (Rainha Crisélia), Marco Nanini (Rei Augusto), Bia Arantes (Brice), Mel Maia (Agnes), Fernanda Nobre (Diana), Marcos Oliveira (Heráclito), Daniel Warren (Orlando), Leandro Daniel (Petrônio), Júlia Guerra (Latrine), Carolina Ferman (Lucíola) e Marcelo Airoldi (Romero).
Em sua reta final, a novela das 7 deu uma guinada incrível e
voltou a dar prazer acompanhar a luta de Amália (Marina Ruy Barbosa, sempre
eficiente) pelo amor de Afonso (Romulo Estrela, correto) e contra a megera
Catarina. Até Bruna teve uma ligeira melhora. O último capítulo foi primoroso, como há tempos não vemos no horário. Mas pena isso ter acontecido
tarde demais.Não foi o suficiente para impedir que Deus Salve o Rei caia logo
no esquecimento.
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