O Rei Roberto Carlos com os astros a nova geração da emissora
O aniversário é amanhã (dia 26), mas a comemoração será logo mais. Para festejar seus 50 anos, a Rede Globo de televisão reuniu boa parte de suas estrelas num show, gravado na quarta 22 e quinta 23, no realizado no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, com um Q de Criança Esperança. Quem esteve lá garante que sobrou emoção, luxo e competência técnica. Eu não vou perder por nada!
Roberto Irineu Marinho, Presidente do Grupo Globo, foi o primeiro a subir ao palco para agradecer a presença de todos e lembrar o legado do pai. “Compartilhamos da intimidade dos brasileiros, entramos em suas casas. Somos mais um membro da família, do qual os brasileiros se orgulham, conosco se emocionam, às vezes criticam, dividem suas queixas, aprendem e se informam. A memória de cada brasileiro está povoada das nossas imagens, dos nossos risos e das nossas emoções. O brasileiro chora e ri com a Globo, e nós com ele”, disse. “É naquela paixão que eu e meus irmãos vimos no início em meu pai, e que hoje vejo em vocês, que nos inspiramos para os próximos 50 anos”, concluiu.
Com Lázaro Ramos como maestro, e uma orquestra sinfônica ao fundo, Renato Aragão, Marcelo Adnet e Leandro Hassum abriram o espetáculo com uma nova versão do clássico
A Máquina de Escribir, do compositor americano Leroy Anderson. A partir daí, a música serviu de pano de fundo para performances que contaram a história da Globo. Do seu nascimento à fábrica de emoções. Do passado ao futuro. Passando por novelas, minisséries, programas infantis, de humor, grandes coberturas jornalísticas e esportivas. O
Show 50 anos reuniu talentos da televisão brasileira e artistas da música nacional, revisitou grandes momentos e celebrou, junto com o público presente no estádio, as cinco décadas da emissora. “Montamos uma grande ópera pop, algo único em que contamos toda a história da Globo, relembrando o passado, mas com um olhar no futuro. É uma grande celebração, com encontros inusitados e muita música. Um evento inédito, a maior emoção que já vivi na minha vida”, afirma LP Simonetti, diretor-geral do show.
Gaby Amarantos e Cláudia Abreu: cheias de charme
Ao som de
Metamorfose Ambulante, cantada pela banda Malta, uma performance especial com um integrante do espetáculo Fuerza Bruta mostrou toda a transição da TV, do preto e branco às mais modernas e coloridas imagens, e deu início a uma viagem por clássicos das telenovelas brasileiras com trilhas sonoras cantadas por diferentes artistas. Primeiro, Manu Gavassi cantou
Teletema, da novela
Véu de Noiva (1969). Depois, foi a vez de
Gaby Amarantos entoar
Ex-my Love, de
Cheias de Charme (2012), com direito a participação de
Claudia Abreu como Chayenne. Ednardo relembrou
Pavão Misterioso, tema das duas versões de
Saramandaia (1976 e 2013), e contou com a presença de Francisco Cuoco e Rodrigo Lombardi, que interpretaram Herculano Quintanilha em
O Astro (1977 e 2011, respectivamente). Latino apresentou
Me Chama que Eu Vou, de
Rainha da Sucata (1990) e, em seguida, o grupo Roupa Nova relembrou o sucesso
Dona, tema de
Roque Santeiro (1985) e do inesquecível casal viúva Porcina e Sinhozinho Malta, que voltaram ao palco na pele de Regina Duarte e Lima Duarte.
Pecado Capital (1976) também foi lembrado, com Thiaguinho mandando ver em
Dinheiro na Mão é Vendaval. Mart'nália entrou em seguida para defender
Pra que Chorar, tema de
Babilônia.
Brasil, sucesso de
Vale Tudo (1988), foi recriada por Paulo Ricardo. Já o tema de
Dancing Days (1978) foi interpretado por seis cantoras do programa
The Voice Brasil. Gusttavo Lima encerrou a viagem musical ao som de
Vem Dançar Kuduro, da abertura de
Avenida Brasil (2012).
As iniciativas sociais da Globo ao longo dos 50 anos, desde a cobertura da grande enchente em 1966 no Rio de Janeiro, quando a emissora uniu forças com a população em uma campanha de solidariedade, também foram lembradas durante o show. Junto com crianças e jovens, entre eles parte do elenco infantil da emissora como JP. Rufino, Mel Maia e Nathália Costa, MC Gui cantou “Sonhar”, reforçando que, ao longo dos anos, a mobilização de todos fez a diferença na vida de milhões de brasileiros.
Anitta, Projota, Angélica e Priscila: fofura
Ao som de
Parabolicamará (de
Renascer, 1992), cantada pela Timbalada e por Carlinhos Brown, um grande ballet de antenas parabólicas tomou o palco, enquanto imagens de grandes coberturas jornalísticas eram projetadas no telão. Em seguida, foi a vez das crianças relembrarem momentos marcantes dos programas infantis com um musical de Anitta e Projota. Ao som de
Carimbador Maluco, do especial
Plunct, Plact, Zum! (1983), um balé com 60 Emílias do
Sítio do Pica Pau Amarelo (1977, 2001 e 2011) recebeu Angélica, como a Fada Bela de
Caça Talentos (1996), e a cadela Priscila da
TV Colosso (1993).
Os seriados também ganharam sua homenagem. No telão, imagens de duas obras que marcaram época na Globo, como
Carga Pesada (1979 e 2003) e
Malu Mulher (1979), retratavam um país em plena transformação. No palco, um musical lamentável da Banda Calypso relembrou sucessos como
Tapas e Beijos,
A Grande Família (2001),
Os Normais (2001),
Pé Na Cova e
Chapa Quente, com direito a Ingrid Guimarães e Tiago Abravanel como seus personagens Marlene e Fran, que levaram o Salão da Marlene para o palco.
O
Tema da Vitória, canção instrumental brasileira composta pelo maestro Eduardo Souto Neto para as transmissões da Fórmula 1 da Globo, deu o tom de um dos momentos mais emocionantes do show. Com a orquestra regida por João Carlos Martins, e com solo de guitarra de Lulu Santos, Galvão Bueno subiu ao palco com o Time de Ouro do esporte (Giba, Tande, Guga, Maurren Maggi, Hortência, Flávio Canto, Tande, entre outros) para narrar momentos históricos e inesquecíveis do esporte brasileiro. Para matar a saudade de heróis nacionais, uma surpresa: o carro de Ayrton Senna surgiu no palco enquanto Galvão narrava uma vitória do campeão.
Na sequência, o humor tomou conta da comemoração com um musical de Michel Teló, Seu Jorge e Sandra de Sá. Em clima de Broadway e teatro de revista, todos tiveram a chance de reviver grandes personagens dos humorísticos da Globo. Passado e presente estiveram juntos e personagens antológicos de Chico Anysio como Alberto Roberto, Bento Carneiro, Painho e Salomé, foram relembrados por bonecos gigantes. Balões infláveis reproduziram personagens célebres de Jô Soares, como Capitão Gay, Reizinho e Gardelon. A turma do ‘Zorra Total’ também tomou o palco com os atores Paulo Silvino, Nelson Freitas e Fabiana Karla. Tatá Werneck marcou presença e a camicleta da série
Shazan e Xerife (1972) trouxeram de volta a dupla de mecânicos atrapalhados interpretados por Paulo José e Flávio Migliaccio.
Renato Aragão e Dedé Santana: muitas lágrimas
Stepan Nercessian fez o Chacrinha reviver
Mas foi o reencontro de um quarteto querido que marcou o momento de maior emoção: ao som da vinheta de
Os Trapalhões (1969),
Renato Aragão e
Dedé Santana entraram em cena juntos e foram surpreendidos pela “presença” de Mussum e Zacarias. A célebre frase “quem não se comunica se trumbica” voltou a ecoar no Maracanãzinho. E ao som da banda Jota Quest, o velho guerreiro comandou a festa e relembrou os programas de auditório, com direito a bacalhau sendo lançado para o público. Também foi Chacrinha, vivido por
Stepan Nercessian, (também na peça
Chacrinha, O Musical), que deu a deixa para mais uma homenagem: o bordão “Roda, roda, roda e a avisa. Um minuto pro comercial” celebrou a parceria entre a Globo e seus anunciantes ao longo das cinco décadas. As inúmeras minisséries e seriados, sucessos de audiência que tanto retrataram a diversa cultura do Brasil, por meio de suas exuberantes paisagens e adaptação de obras-primas literárias, receberam a performance de bailarinos.
Outros dois momentos justos e emocionantes foram as homenagens a Xuxa Menghel e Silvio Santos, que tiveram seus programas relembrados no telão do estádio numa linda retrospectiva. Com parte do elenco da nova geração da Globo, como
Bruna Marquezine,
Bruno Gissoni,
Leticia Colin,
Nathalia Dill,
Daniel Rocha,
Marcelo de Mello Jr.,
Fernanda Gentil,
Pedro Vedova,
Marina Ruy Barbosa e Jayme Matarazzo, a emissora mostrou que, para ela, o futuro é todo dia e ainda há muita história e emoção para acontecer. Um desses momentos veio em seguida, quando o rei
Roberto Carlos entrou em cena e cantou
Emoções, música que embalou algumas das cenas mais emocionantes e impactantes da Globo. Coube ao elenco jogar as tradicionais rosas vermelhas para os convidados.
Pedro Bial e Fátima Bernardes: um novo tempo
Ovacionado pelo público, Tony Ramos convidou Chay Suede e Luiza Possi para, juntos, iniciarem um musical com 140 bailarinos que representaram as emblemáticas aberturas do
Show da Vida, tema de abertura do
Fantástico. O programa foi ao ar pela primeira vez ao som da música, com letra de Boni e arranjo do maestro Guto Graça Mello.
Pedro Bial e
Fátima Bernardes puxaram o final do show com momento único: todo o elenco se reuniu no palco para cantar uma nova versão de
Um Novo Tempo, a tradicional música da mensagem de fim de ano da Globo, mostrando que, depois de tanta emoção, tanta história e tantos momentos inesquecíveis, o futuro já começou! O
Show 50 anos vai ao ar depois de
Babilônia.